Se engana quem pensa
que os jogadores profissionais são os únicos ídolos das quatro
linhas. Nos campo da várzea antiga, a bola também corria solta.
Naqueles espaços, os heróis da bola estavam bem mais próximos.
Paulo Pereira de Lara,
é um desses personagens. Nascido em 29 de dezembro de 1944, na
cidade de Juquiá/SP. Filho de Antonio Ribeiro Lara e Ana Pereira de
Lara. Paulo “Onça” como é conhecido popularmente, desde
molecote já corria atrás da bola de “capotão”pelos “campinho
de sua cidade natal.
Menino ainda, já
atuava em algumas equipes como Palmital e Caçula. Por estar ainda em
idade precoce, entre onze e doze anos, tinha uma artimanha para
parecer adulto, utilizava a certidão de nascimento (que era um
documento único na época), do irmão cinco anos mais velho. - “Já
era uma maneira de sobrevivência! diz ele. Foi pupilo do Dr.
Reynaldo Lepsch, engenheiro agrimensor, que trabalhava na época na
casa da agricultura. - “Ele que me trazia para Miracatu para jogar
em diversos times, inclusive na equipe da escola, coisa que era raro
eu frequentar”.
VETERANOS DE PEDRO DE TOLEDO
Aos 13 anos, estreava
no Pantera de Juquiá. Nessa época já se destacava e tinha um
futuro muito promissor pela frente. Em 1959, com 15 anos de idade,
juntamente com o amigo “Rubão”, de Miracatu, esteve no Santos
Futebol Clube. Não teve oportunidade de atuar pelo profissional,
chegou a jogar somente nos aspirantes. Em 1960 jogou pela Seleção
de Registro. Também nessa época, foi parar no Água Verde de
Curitiba (profissional) e depois foi para o Seleto de Paranaguá,
hoje Rio Branco. Logo em seguida foi para o DERAC de Itapetininga da
2ª Divisão. Em 1964, ficou um ano no Jabaquara, chegando a assinar
contrato, mas ficava só treinando. “Era bom! Eu treinava quase
todos os dias e quando chegava na várzea do Vale eu arrebentava!”
Jogou em diversas
equipes da várzea do Vale, Litoral Sul e Baixada Santista: Pantera e
Brasil (Juquiá); Prainha, 7 de setembro e E.C. Vila Kamathi
(Miracatu); União de Itariri; Bandeirante (Pedro de Toledo); D.E.R.
(Peruíbe); São Paulo, campeão em 1965 e Savoy, campeão em 1975
(Itanhaém); DER, campeão (Praia Grande) entre outros. Atuou com
vários jogadores consagrados na época, entre eles: Anselminho,
Rubão, Rui e Baiano (Miracatu); Manolo, Abdo e Taquarão (Juquiá),
entre outros. Num jogo em que atuava pelo Pantera contra o Madureira
de Registro, chegou a fazer 14 gols.
“Sempre me considerei
um cigano da bola”, aonde eu ia jogar era tratado com muito
respeito, e é claro, dentro do campo sempre me dedicava ao máximo
para corresponder a todo esse carinho dos dirigentes e torcedores”.
Apesar de ter se
dedicado ao futebol praticamente desde a infância, já começava uma
preocupação em arrumar um emprego fixo, foi então que em 18 de
maio de 1964, acaba entrando na SUCEN, fixando residência
definitivamente em Itariri/SP. Aposentou-se a 20 anos e hoje vive
tranquilamente com a sua esposa Dona Ana Pereira de Lara.
Muitos já se foram
para o “andar de cima”, outros continuam contado sua história e
as estórias do tempo da época de ouro da várzea. Paulo Onça é um
desses personagens. Sempre muito simpático e agradável com todos
aqueles que já ouviram falar dessa “lenda” da várzea
Valleribeirense.
AMISTOSO DO UNIÃO DE ITARIRI EM SETE BARRAS. OS AMIGOS DE LONGA DATA FIZERAM QUESTÃO DE HOMENAGEÁ-LO.
PANTERA DE JUQUIÁ - PAULO "ONÇA É O QUE ESTÁ SE APOIANDO NA BOLA. LOCAL: CAMPO DA ESTAÇÃO
PANTERA DE JUQUIÁ - PAULO "ONÇA" É O QUE ESTÁ COM A BOLA. LOCAL: CAMPO DA VILA
REVENDO E RELEMBRANDO AS ESTÓRIAS DA VÁRZEA COM O AMIGO JOSÉ PLÁCIDO
PAULO ONÇA e BETO MARIETTO EM PEDRO DE TOLEDO. HOMENAGEM DOS VETERANÍSSIMOS TOLEDENSES A MAIS UMA LENDA DO FUTEBOL DE VÁRZEA, SR. BETO.
IMAGENS: LAERTE e FOTOS DE JUQUIÁ/FACEBOOK
Pesquisa: Laerte de Camargo Araújo
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